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Bocage
Representa um engenhoso sistema de pequenas parcelas de terreno, de traçado mais ou menos geométrico, delimitados por sebes vivas e entrecortados por valas de água. Modelando um habitat seminatural, favorece a proteção de culturas, como é o caso do milho e de pastagens, onde é frequente o gado de raça marinhoa, podendo ainda converter-se sazonalmente em áreas alagadas. Este habitat destaca-se ainda pelo valor ecológico que representa ao nível da conservação da biodiversidade, uma vez que alberga um significativo número de espécies de fauna e flora, algumas com estatuto de proteção prioritário. Para esta valorização, contribuem as sebes que formam o bocage. Estas assemelham-se a pequenos bosquetes naturais, onde estão integrados os vários estratos, o que significa uma maior riqueza e capacidade de suporte à biodiversidade.
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Campos agrícolas
A atividade agrícola da região de Aveiro é sobretudo de pequena escala e de subsistência, afetada por algum abandono nas últimas décadas. O que ainda se mantém corresponde a uma gestão extensiva de vários habitats transformados pelo Homem, alguns com relevante importância ecológica para a manutenção da biodiversidade. Os arrozais, os campos de milho e as culturas forrageiras, apesar de serem campos abertos, monoespecíficos e albergar uma menor biodiversidade, revelam-se uma preciosa fonte de alimento para inúmeras aves residentes ou migratórias. As aves granívoras alimentam-se do restolho, as várias espécies de garças, de que se destaca a Garça-vermelha, a par com a Cegonha-branca, alimentam-se dos insetos e anfíbios que aqui encontram. Algumas aves de rapina utilizam este espaço aberto para caçar roedores e pequenas aves, como é o caso do Peneireiro-cinzento e da Águia-sapeira.
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Florestas
No território da região de Aveiro, as zonas florestais de carácter espontâneo encontram-se drasticamente reduzidas. Ao longo dos troços dos vários rios que cruzam o território, ocorrem ainda núcleos de floresta mista de Freixo, Carvalho-alvarinho e Ulmeiro. Muitos destes rios ainda mantêm um bosque ripícola preservado e formado por amieiros, choupos e salgueiros. Nas zonas dunares, em especial na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, mantém-se uma associação vegetal característica destes ambientes, formada por várias espécies arbóreas, como o Amieiro, o Choupo-negro, o Pinheiro-bravo, o Salgueiro-preto e o Samouco. No sub-bosque predominam inúmeras espécies, de que se destacam a Camarinheira, a Sabina-das-praias e o Salgueiro-anão.
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Praias
Quase 50km de costa arenosa caracterizam o litoral da região de Aveiro, apoiado por larga zona dunar bem conservada e quase sempre revestida por um denso coberto arbóreo. Parte desta estreita faixa encontra-se ainda delimitada a Nascente pela laguna da Ria de Aveiro ou pelos seus braços principais. Um largo conjunto de praias turísticas, de excelente qualidade, distribui-se ao longo desta linha. Quase sempre no seguimento de localidades costeiras, estas praias reúnem um conjunto de serviços de apoio ao seu usufruto bem como, muitas delas, são acessíveis através de passadiços de madeira e têm a classificação Bandeira Azul. Algumas destas encontram-se protegidas por quebra-mares de forma a reduzir o efeito da erosão marítima. De certa forma, criam também zonas abrigadas preferidas pelos veraneantes. Estes quebra-mares são ainda aproveitados como ponto de apoio à pesca desportiva.
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Rios
Os vários cursos de água da região funcionam como artérias que alimentam, não só os vales que percorrem, mas sobretudo a bacia aluvionar na sua parte terminal e, finalmente, a área lagunar da Ria. Podem-se definir aqui dois tipos de rios, os que têm o seu berço nas zonas montanhosas e os das terras baixas. Os rios que têm o seu início nas serranias são também os que apresentam maior variedade de ambientes e biodiversidade. No geral, todos os cursos de água caracterizam-se por estarem delineados por uma galeria ripícola formada por plantas adaptadas à humidade e inclusivamente a períodos de submersão quando, no Inverno, os rios ampliam os seus caudais e sobrepõem-se às margens. De forma espontânea, esta vegetação ribeirinha está formada por árvores (amieiros, freixos, choupos) e arbustos (salgueiros), abrigando igualmente plantas mais pequenas, algumas delas de distribuição reduzida e de importância para a conservação. Encontramos associada aos rios uma fauna muito diversificada que se distribui especificamente pelos troços montanhosos, de águas rápidas e oxigenadas ou pelos troços das terras baixas, de correntes suaves. Os peixes, as aves, os anfíbios e os répteis, e até os insetos como as libélulas, são os mais evidentes.
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Zonas húmidas
Estão consideradas como um dos mais importantes ecossistemas a nível mundial, não só pelos elevadíssimos níveis de biodiversidade associados, mas também pelo seu valor ao nível da conservação de muitas espécies que nele habitam. Prósperas em atividade e produtividade primária, contribuem ainda para a depuração das águas contaminadas. Apesar disso, as zonas húmidas são uma área bastante sensível e frágil, muito suscetível a alterações que afetam todos os indivíduos nele inseridos. A Ria de Aveiro engloba um conjunto muito específico de habitats, perfeitamente adaptados às variações das marés e à salinidade, como o sapal, o juncal e o caniçal. Estes habitats proporcionam condições ótimas para várias espécies de aves, ao assegurar locais de abrigo, alimentação e nidificação a passeriformes migradores como o Rouxinol-pequeno-dos-caniços, à Garça-vermelha ou ainda à Águia-sapeira. O juncal e o caniçal podem ainda formar áreas de proteção em torno de zonas lagunares, alimentadas pelos rios da região, e que albergam, sobretudo no Inverno, várias espécies de patos.
Bocage
Representa um engenhoso sistema de pequenas parcelas de terreno, de traçado mais ou menos geométrico, delimitados por sebes vivas e entrecortados por valas de água. Modelando um habitat seminatural, favorece a proteção de culturas, como é o caso do milho e de pastagens, onde é frequente o gado de raça marinhoa, podendo ainda converter-se sazonalmente em áreas alagadas. Este habitat destaca-se ainda pelo valor ecológico que representa ao nível da conservação da biodiversidade, uma vez que alberga um significativo número de espécies de fauna e flora, algumas com estatuto de proteção prioritário. Para esta valorização, contribuem as sebes que formam o bocage. Estas assemelham-se a pequenos bosquetes naturais, onde estão integrados os vários estratos, o que significa uma maior riqueza e capacidade de suporte à biodiversidade.
Campos agrícolas
A atividade agrícola da região de Aveiro é sobretudo de pequena escala e de subsistência, afetada por algum abandono nas últimas décadas. O que ainda se mantém corresponde a uma gestão extensiva de vários habitats transformados pelo Homem, alguns com relevante importância ecológica para a manutenção da biodiversidade. Os arrozais, os campos de milho e as culturas forrageiras, apesar de serem campos abertos, monoespecíficos e albergar uma menor biodiversidade, revelam-se uma preciosa fonte de alimento para inúmeras aves residentes ou migratórias. As aves granívoras alimentam-se do restolho, as várias espécies de garças, de que se destaca a Garça-vermelha, a par com a Cegonha-branca, alimentam-se dos insetos e anfíbios que aqui encontram. Algumas aves de rapina utilizam este espaço aberto para caçar roedores e pequenas aves, como é o caso do Peneireiro-cinzento e da Águia-sapeira.
Florestas
No território da região de Aveiro, as zonas florestais de carácter espontâneo encontram-se drasticamente reduzidas. Ao longo dos troços dos vários rios que cruzam o território, ocorrem ainda núcleos de floresta mista de Freixo, Carvalho-alvarinho e Ulmeiro. Muitos destes rios ainda mantêm um bosque ripícola preservado e formado por amieiros, choupos e salgueiros. Nas zonas dunares, em especial na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, mantém-se uma associação vegetal característica destes ambientes, formada por várias espécies arbóreas, como o Amieiro, o Choupo-negro, o Pinheiro-bravo, o Salgueiro-preto e o Samouco. No sub-bosque predominam inúmeras espécies, de que se destacam a Camarinheira, a Sabina-das-praias e o Salgueiro-anão.
Praias
Quase 50km de costa arenosa caracterizam o litoral da região de Aveiro, apoiado por larga zona dunar bem conservada e quase sempre revestida por um denso coberto arbóreo. Parte desta estreita faixa encontra-se ainda delimitada a Nascente pela laguna da Ria de Aveiro ou pelos seus braços principais. Um largo conjunto de praias turísticas, de excelente qualidade, distribui-se ao longo desta linha. Quase sempre no seguimento de localidades costeiras, estas praias reúnem um conjunto de serviços de apoio ao seu usufruto bem como, muitas delas, são acessíveis através de passadiços de madeira e têm a classificação Bandeira Azul. Algumas destas encontram-se protegidas por quebra-mares de forma a reduzir o efeito da erosão marítima. De certa forma, criam também zonas abrigadas preferidas pelos veraneantes. Estes quebra-mares são ainda aproveitados como ponto de apoio à pesca desportiva.
Rios
Os vários cursos de água da região funcionam como artérias que alimentam, não só os vales que percorrem, mas sobretudo a bacia aluvionar na sua parte terminal e, finalmente, a área lagunar da Ria. Podem-se definir aqui dois tipos de rios, os que têm o seu berço nas zonas montanhosas e os das terras baixas. Os rios que têm o seu início nas serranias são também os que apresentam maior variedade de ambientes e biodiversidade. No geral, todos os cursos de água caracterizam-se por estarem delineados por uma galeria ripícola formada por plantas adaptadas à humidade e inclusivamente a períodos de submersão quando, no Inverno, os rios ampliam os seus caudais e sobrepõem-se às margens. De forma espontânea, esta vegetação ribeirinha está formada por árvores (amieiros, freixos, choupos) e arbustos (salgueiros), abrigando igualmente plantas mais pequenas, algumas delas de distribuição reduzida e de importância para a conservação. Encontramos associada aos rios uma fauna muito diversificada que se distribui especificamente pelos troços montanhosos, de águas rápidas e oxigenadas ou pelos troços das terras baixas, de correntes suaves. Os peixes, as aves, os anfíbios e os répteis, e até os insetos como as libélulas, são os mais evidentes.
Zonas húmidas
Estão consideradas como um dos mais importantes ecossistemas a nível mundial, não só pelos elevadíssimos níveis de biodiversidade associados, mas também pelo seu valor ao nível da conservação de muitas espécies que nele habitam. Prósperas em atividade e produtividade primária, contribuem ainda para a depuração das águas contaminadas. Apesar disso, as zonas húmidas são uma área bastante sensível e frágil, muito suscetível a alterações que afetam todos os indivíduos nele inseridos. A Ria de Aveiro engloba um conjunto muito específico de habitats, perfeitamente adaptados às variações das marés e à salinidade, como o sapal, o juncal e o caniçal. Estes habitats proporcionam condições ótimas para várias espécies de aves, ao assegurar locais de abrigo, alimentação e nidificação a passeriformes migradores como o Rouxinol-pequeno-dos-caniços, à Garça-vermelha ou ainda à Águia-sapeira. O juncal e o caniçal podem ainda formar áreas de proteção em torno de zonas lagunares, alimentadas pelos rios da região, e que albergam, sobretudo no Inverno, várias espécies de patos.