Um ecossistema único no país
-
Barrinha de Esmoriz
Sítio de Importância Comunitária, esta lagoa de água salobra de média dimensão, tem quase 400ha de área e encontra-se coberta por um denso caniçal. Liga-se ao mar por um estreito canal intermitente que é, geralmente, mantido pelo homem. Acolhe as águas de duas ribeiras, a Vala de Silvade a Norte e a Vala de Maceda a Sul. A sua envolvente está composta por uma área florestal dominada pelo pinhal, ao qual se conjugam os bosques ripícolas, as praias, as zonas dunares e os terrenos agrícolas. Esta diversidade de habitats permite igualmente a presença de uma grande diversidade de aves ao longo do ano. O destaque recai no Garçote, na Garça-vermelha e no Tartaranhão-ruivo-dos-pauis. Na zona de caniçal ocorrem e nidificam passeriformes específicos deste habitat, como o Rouxinol-grande-dos-caniços e o Rouxinol-pequeno-dos-caniços. Nas suas margens os borrelhos-de-coleira-interrompida procuram o alimento na areia ou no lodo. Habituais ao longo de todo o ano, são a Garça-real e o Pato-real. Mas é durante a época da migração outonal que a Barrinha se reveste de grande importância para os passeriformes migradores transarianos.
-
Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas (Sítio de Importância Comunitária)
Com uma área de 20 511ha, este Sítio é formado por um cordão dunar litoral contínuo, que se estende desde a Gafanha da Boa Hora até à praia de Buarcos. O terreno é formado por um substrato arenoso, coberto por uma mancha florestal de pinheiros e por matos, onde se integram ainda pequenas lagoas permanentes de água doce. Nestas, destaca-se a presença de Caropsis verticillato-inundata, uma espécie com escassas populações a nível nacional. As características e o estado de conservação deste corredor dunar bem como a especificidade das zonas intradunares, conferem ao Sítio uma reconhecida importância num contexto europeu. Na duna móvel primária, destaca-se a predominância de Estorno, e nas dunas mais estabilizadas, estabeleceu-se uma comunidade arbustiva endémica, de onde sobressai a Armeria welwitschii. A duna secundária é dominada pelo Pinheiro-bravo acompanhado de um subcoberto arbustivo espontâneo, sendo de realçar os matagais de Salgueiro-anão –habitat que na região biogeográfica mediterrânica apenas ocorre em Portugal.
-
Pateira de Fermentelos e vale dos rios Águeda e Cértima (Sítio RAMSAR)
Classificada em 2012 como Sítio RAMSAR e abrangendo uma área de 1559ha, a Pateira de Fermentelos está considerada uma das maiores lagoas naturais de água doce da Península Ibérica, mantendo associado um mosaico de habitats aquáticos, canaviais, juncais, zonas pantanosas e vegetação ripícola. A sua relevância como zona húmida e importância para a conservação da natureza, proporcionaram a sua inclusão na ZPE Ria de Aveiro e no SIC Ria de Aveiro. É um importante local de suporte para as aves e para os peixes, seja de espécies residentes ou migratórias, muitas delas com estatuto legal de proteção nacional e comunitária. Ao nível botânico destaca-se a presença do raro Trevo-de-quatro-folhas.
-
Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto
Situada num dos mais impressionantes fenómenos da faixa litoral setentrional portuguesa, esta área protegida integra-se no cordão de areia que separa a Ria de Aveiro do Oceano Atlântico. A Reserva Natural procura proteger o ecossistema dunar e todo o património natural a ele associado, desde a vegetação espontânea à área que foi florestada (pinhal) a partir dos finais do século XIX com o objetivo de fixar as areias. Reparte-se em três áreas específicas: Reserva de Recreio, com zonas de praia e mata acessíveis; Reserva Natural Parcial, correspondente a toda a área florestada; e Reserva Natural Integral, com 210ha, interdita a pessoas e a atividades, onde se mantêm estabilizadas e protegidas as zonas dunares. Inclui diferentes tipos de habitats: faixa marítima, praias, duna primária, zona interdunar, duna secundária. É uma área interessante para a observação de diferentes grupos de aves – marinhas, florestais, aquáticas e limícolas.
-
Ria de Aveiro (Sítio de Importância Comunitária)
Este Sítio engloba a zona de estuário e lagoa da Ria, bem como o troço terminal dos rios mais importantes que alimentam este complexo sistema, e que inclui ainda uma rede de canais de maré permanentemente ligados. Está considerada como a zona húmida mais importante do Norte de Portugal, congregando uma grande diversidade de habitats, alguns deles prioritários, associados ao meio estuarino, lagunar, dunar e ribeirinho. Alguns destes habitats têm aqui a sua maior expressão a nível nacional. É uma área importante para várias espécies de peixes migradores pois garante a ligação entre o mar e os cursos de água doce, assegurando assim as necessárias condições ecológicas para o sucesso das suas migrações reprodutoras. A Lampreia-de-riacho, uma espécie residente nestes cursos de água, completa todo o seu ciclo de vida em meio dulçaquícola. Na zona costeira, as comunidades dunares albergam associações vegetais raras, como os matagais densos de Salgueiro-anão e é ainda zona de ocorrência da Jasione maritima var. sabularia, um endemismo exclusivo do litoral Norte de Portugal.
-
Ria de Aveiro (Zona de Proteção Especial)
Corresponde a uma área total de 51 407ha (dos quais 30 670ha são referentes à área terrestre e 20 737ha à área marinha). Esta zona é formada por uma interessante variedade de biótopos, dos quais se incluem vastas áreas de sapal, salinas, caniçais, juncais e campos de bocage, contíguas a áreas agrícolas. Albergando mais de 170 espécies de aves, que corresponde a uma presença regular de mais de 20 000 aves aquáticas, são importantes locais de alimentação e reprodução para muitas destas espécies. Destaque para as populações de Alfaiate, de Pato-preto, de Borrelho-grande-de-coleira e de Borrelho-de-coleira-interrompida. Esta área representa um dos mais importantes locais de nidificação de Garça-vermelha, encontrando-se aqui cerca de 60% do efetivo nacional. De salientar ainda a importância da região para várias espécies de passeriformes migradores.
-
Rio Vouga (Sítio de Importância Comunitária)
É o principal curso de água da região de Aveiro, que abastece a Ria e a Pateira de Frossos. Na área correspondente ao Sítio, a galeria ripícola ainda se encontra bem conservada a montante, num troço onde o vale é ainda encaixado. Mas quando o rio atinge a planície aluvial, esta vegetação marginal perde expressão, sobretudo causada pela pressão agrícola. Ao longo do seu troço destaca-se a ocorrência de núcleos de floresta mista de Freixo, Carvalho-alvarinho e Ulmeiro. É um rio importante para a conservação de várias espécies de peixes migradores. É ainda um dos poucos locais de ocorrência confirmada da Lampreia-de-riacho. É um rio igualmente importante para a Lontra, para a Salamandra-lusitânica e para o Lagarto-de-água, sendo estes dois últimos endemismos ibéricos.
Barrinha de Esmoriz
Sítio de Importância Comunitária, esta lagoa de água salobra de média dimensão, tem quase 400ha de área e encontra-se coberta por um denso caniçal. Liga-se ao mar por um estreito canal intermitente que é, geralmente, mantido pelo homem. Acolhe as águas de duas ribeiras, a Vala de Silvade a Norte e a Vala de Maceda a Sul. A sua envolvente está composta por uma área florestal dominada pelo pinhal, ao qual se conjugam os bosques ripícolas, as praias, as zonas dunares e os terrenos agrícolas. Esta diversidade de habitats permite igualmente a presença de uma grande diversidade de aves ao longo do ano. O destaque recai no Garçote, na Garça-vermelha e no Tartaranhão-ruivo-dos-pauis. Na zona de caniçal ocorrem e nidificam passeriformes específicos deste habitat, como o Rouxinol-grande-dos-caniços e o Rouxinol-pequeno-dos-caniços. Nas suas margens os borrelhos-de-coleira-interrompida procuram o alimento na areia ou no lodo. Habituais ao longo de todo o ano, são a Garça-real e o Pato-real. Mas é durante a época da migração outonal que a Barrinha se reveste de grande importância para os passeriformes migradores transarianos.
Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas (Sítio de Importância Comunitária)
Com uma área de 20 511ha, este Sítio é formado por um cordão dunar litoral contínuo, que se estende desde a Gafanha da Boa Hora até à praia de Buarcos. O terreno é formado por um substrato arenoso, coberto por uma mancha florestal de pinheiros e por matos, onde se integram ainda pequenas lagoas permanentes de água doce. Nestas, destaca-se a presença de Caropsis verticillato-inundata, uma espécie com escassas populações a nível nacional. As características e o estado de conservação deste corredor dunar bem como a especificidade das zonas intradunares, conferem ao Sítio uma reconhecida importância num contexto europeu. Na duna móvel primária, destaca-se a predominância de Estorno, e nas dunas mais estabilizadas, estabeleceu-se uma comunidade arbustiva endémica, de onde sobressai a Armeria welwitschii. A duna secundária é dominada pelo Pinheiro-bravo acompanhado de um subcoberto arbustivo espontâneo, sendo de realçar os matagais de Salgueiro-anão –habitat que na região biogeográfica mediterrânica apenas ocorre em Portugal.
Pateira de Fermentelos e vale dos rios Águeda e Cértima (Sítio RAMSAR)
Classificada em 2012 como Sítio RAMSAR e abrangendo uma área de 1559ha, a Pateira de Fermentelos está considerada uma das maiores lagoas naturais de água doce da Península Ibérica, mantendo associado um mosaico de habitats aquáticos, canaviais, juncais, zonas pantanosas e vegetação ripícola. A sua relevância como zona húmida e importância para a conservação da natureza, proporcionaram a sua inclusão na ZPE Ria de Aveiro e no SIC Ria de Aveiro. É um importante local de suporte para as aves e para os peixes, seja de espécies residentes ou migratórias, muitas delas com estatuto legal de proteção nacional e comunitária. Ao nível botânico destaca-se a presença do raro Trevo-de-quatro-folhas.
Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto
Situada num dos mais impressionantes fenómenos da faixa litoral setentrional portuguesa, esta área protegida integra-se no cordão de areia que separa a Ria de Aveiro do Oceano Atlântico. A Reserva Natural procura proteger o ecossistema dunar e todo o património natural a ele associado, desde a vegetação espontânea à área que foi florestada (pinhal) a partir dos finais do século XIX com o objetivo de fixar as areias. Reparte-se em três áreas específicas: Reserva de Recreio, com zonas de praia e mata acessíveis; Reserva Natural Parcial, correspondente a toda a área florestada; e Reserva Natural Integral, com 210ha, interdita a pessoas e a atividades, onde se mantêm estabilizadas e protegidas as zonas dunares. Inclui diferentes tipos de habitats: faixa marítima, praias, duna primária, zona interdunar, duna secundária. É uma área interessante para a observação de diferentes grupos de aves – marinhas, florestais, aquáticas e limícolas.
Ria de Aveiro (Sítio de Importância Comunitária)
Este Sítio engloba a zona de estuário e lagoa da Ria, bem como o troço terminal dos rios mais importantes que alimentam este complexo sistema, e que inclui ainda uma rede de canais de maré permanentemente ligados. Está considerada como a zona húmida mais importante do Norte de Portugal, congregando uma grande diversidade de habitats, alguns deles prioritários, associados ao meio estuarino, lagunar, dunar e ribeirinho. Alguns destes habitats têm aqui a sua maior expressão a nível nacional. É uma área importante para várias espécies de peixes migradores pois garante a ligação entre o mar e os cursos de água doce, assegurando assim as necessárias condições ecológicas para o sucesso das suas migrações reprodutoras. A Lampreia-de-riacho, uma espécie residente nestes cursos de água, completa todo o seu ciclo de vida em meio dulçaquícola. Na zona costeira, as comunidades dunares albergam associações vegetais raras, como os matagais densos de Salgueiro-anão e é ainda zona de ocorrência da Jasione maritima var. sabularia, um endemismo exclusivo do litoral Norte de Portugal.
Ria de Aveiro (Zona de Proteção Especial)
Corresponde a uma área total de 51 407ha (dos quais 30 670ha são referentes à área terrestre e 20 737ha à área marinha). Esta zona é formada por uma interessante variedade de biótopos, dos quais se incluem vastas áreas de sapal, salinas, caniçais, juncais e campos de bocage, contíguas a áreas agrícolas. Albergando mais de 170 espécies de aves, que corresponde a uma presença regular de mais de 20 000 aves aquáticas, são importantes locais de alimentação e reprodução para muitas destas espécies. Destaque para as populações de Alfaiate, de Pato-preto, de Borrelho-grande-de-coleira e de Borrelho-de-coleira-interrompida. Esta área representa um dos mais importantes locais de nidificação de Garça-vermelha, encontrando-se aqui cerca de 60% do efetivo nacional. De salientar ainda a importância da região para várias espécies de passeriformes migradores.
Rio Vouga (Sítio de Importância Comunitária)
É o principal curso de água da região de Aveiro, que abastece a Ria e a Pateira de Frossos. Na área correspondente ao Sítio, a galeria ripícola ainda se encontra bem conservada a montante, num troço onde o vale é ainda encaixado. Mas quando o rio atinge a planície aluvial, esta vegetação marginal perde expressão, sobretudo causada pela pressão agrícola. Ao longo do seu troço destaca-se a ocorrência de núcleos de floresta mista de Freixo, Carvalho-alvarinho e Ulmeiro. É um rio importante para a conservação de várias espécies de peixes migradores. É ainda um dos poucos locais de ocorrência confirmada da Lampreia-de-riacho. É um rio igualmente importante para a Lontra, para a Salamandra-lusitânica e para o Lagarto-de-água, sendo estes dois últimos endemismos ibéricos.